Despesas em saúde superam a média pré-Covid: O que esperar do futuro?

Segundo dados do IBGE, em 2021, os gastos das famílias e instituições sem fins lucrativos com saúde somaram R$ 509,3 bilhões (5,7% do PIB), enquanto os gastos do governo foram de R$ 363,4 bilhões (4% do PIB). Essas informações, extraídas da Conta-Satélite de Saúde em parceria com a Fiocruz, IPEA, ANS e Ministério da Saúde, foram divulgadas em 2024.

No total, as despesas com saúde representaram 9,7% do PIB, considerando os gastos tanto do setor público quanto do privado, números superiores à média anual dos 10 anos anteriores à pandemia da Covid-19 (8,7% do PIB) e nos mostram uma tendência global com gastos em saúde.

Embora o governo tenha um papel significativo nos gastos com saúde pública, o gasto privado representa 57,2% de participação do total das despesas na área.

Qual setor institucional mais se beneficiou deste cenário?

A maior parte das despesas das famílias com saúde, foram os serviços privados (incluindo pagamentos a planos de saúde) com 63,7% de participação.

No entanto, essa participação tem diminuído ao longo dos anos, com os gastos em medicamentos ganhando cada vez mais destaque. Em 2021, as despesas com medicamentos alcançaram 33,7% do total gasto pelas famílias com saúde.

Com as famílias investindo mais em saúde, principalmente com planos de saúde e medicamentos, se fez necessário avaliar quais são as perspectivas para o setor de saúde na economia brasileira nos próximos anos.

O que as variáveis indicam?

O cenário pós-Covid trouxe inúmeras evidências de aumento dos transtornos mentais. De acordo com o Instituto for Health Metrics and Evaluation – IHME, esses transtornos estão entre as 10 principais causas de perda de saúde no mundo, com depressão e ansiedade classificados como os mais comuns.

Após a pandemia da Covid-19, o aumento de casos evidenciou um alerta para os especialistas, com mais de 53 milhões de casos de depressão e 76 milhões de casos de ansiedade globalmente, ou seja, um aumento de 28%.

Além do impacto nos transtornos mentais, o envelhecimento da população tanto no Brasil, quanto no mundo, também é uma tendência. Estima-se que até 2060, 32% da população esteja acima dos 60 anos, hoje, estes números giram em torno de 15% da população.

O que esperar do setor de saúde para os próximos anos?

O setor de saúde enfrenta um cenário econômico desafiador, marcado por uma possível fragmentação global e um aperto nas condições financeiras impulsionadas pela provável alta nos juros nos próximos anos. Isso pode dificultar o repasse dos custos médico-hospitalares, que já estão crescendo acima da inflação.

Hoje, cerca de 25% da população brasileira utiliza serviços privados de saúde regulamentados. No entanto, esse número pode diminuir caso o ambiente econômico pressione a renda e o endividamento das famílias.

Por outro lado, a evidência de maior gasto com saúde — principalmente com planos e medicamentos — em uma população mais envelhecida, é o fator que pode equilibrar a balança. Uma população com maior faixa etária necessita de mais acompanhamento e uso contínuo de alguns medicamentos, o que mantém a necessidade de serviços de saúde em alta.

Para enfrentar esses desafios, empresas do setor precisam apostar em soluções tecnológicas que promovam eficiência e acesso. A telemedicina, o monitoramento remoto de pacientes e o uso de inteligência artificial são inovações que podem otimizar recursos, acelerar processos e oferecer um atendimento mais personalizado ao paciente.

No entanto, o grande desafio está em como financiar esses investimentos em um cenário de juros elevados.

Esse é o "X" da questão para o setor nos próximos anos.

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