A semana anterior foi marcada pela volatilidade no mercado de juros e bolsa, além da valorização do real frente ao dólar. Em meio a ameaças de seus vizinhos e de alguns países da América Latina, a nova administração republicana adotou um tom mais moderado em relação à taxação de produtos chineses, o que pode indicar que sua política comercial será planejada, gradual e negociada, impactando os mercados positivamente. No entanto, no cenário interno, ressurgiram preocupações com a inflação, devido a um IPCA-15 acima do previsto, e com a política fiscal, considerando declarações relacionadas à redução de preços de alimentos.
O IPCA-15 registrou uma alta de 0,11% em janeiro, frente a 0,34% no mês anterior, e acumulou 4,50% em 12 meses, ante 4,71%. Nos EUA, os PMIs (índices de gerentes de compras) indicaram uma economia moderadamente aquecida, com valores acima de 50 para os setores industrial, composto e de serviços, sinalizando expansão. Por outro lado, os pedidos iniciais de seguro-desemprego superaram as expectativas, alcançando 223 mil, em comparação aos 217 mil projetados. Esses dados contribuíram para a queda da curva de juros americana ao longo da semana.
Esse movimento não refletiu no Brasil, onde a curva de juros fechou em alta em toda a sua extensão. Apesar disso, a valorização do real frente ao dólar continuou em destaque, impulsionada pelas declarações mais moderadas da administração de Trump, que provocaram uma desvalorização global do dólar ao longo da semana.
Mesmo diante da alta volatilidade, as bolsas encerraram a semana em alta. O Ibovespa mostrou resiliência, fechando com leve alta semanal de 0,08%, mesmo com preocupações internas relacionadas à inflação e à política fiscal. Já o S&P 500 e o Nasdaq foram beneficiados pelas declarações da nova administração republicana, que pretende implementar uma agenda favorável às grandes empresas de tecnologia.
Esta semana reserva acontecimentos importantes , como a decisão de juros no Brasil, a divulgação do IGP-M de janeiro e o resultado orçamentário federal. No cenário externo, destacam-se as decisões de taxas de juros na Zona do Euro e no Canadá, além de possíveis medidas econômicas adotadas pela nova administração republicana.