
A semana de 12 a 16 de maio de 2025 foi marcada por uma combinação de alívio nos mercados internacionais, ajustes locais com novas tensões políticas e rebaixamento do rating dos EUA pela Moody’s. Logo na segunda-feira, um anúncio de trégua tarifária entre Estados Unidos e China deu o tom positivo dos primeiros dias. O acordo suspendeu por 90 dias as tarifas entre os dois países, reduzindo para 30% as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses e para 10% as tarifas chinesas sobre itens dos EUA. Essa notícia impulsionou os ativos globais: o Ibovespa abriu a semana com valorização, acompanhando o otimismo externo.
Nos Estados Unidos, a inflação medida pelo CPI de abril veio abaixo do esperado, com avanço de 0,22% no mês, e a taxa anual caindo para 2,3%. Esses dados reforçaram a percepção de arrefecimento inflacionário. O Federal Reserve manteve sua taxa básica entre 4,25% e 4,50% e continuou sinalizando cautela diante do cenário ainda incerto.
Ainda nos EUA, o presidente Donald Trump anunciou um pacote de acordos com a Arábia Saudita no valor de US$ 600 bilhões, incluindo o maior contrato militar da história, além de parcerias em tecnologia e semicondutores com empresas como NVIDIA e AMD. O mercado reagiu positivamente, com o S&P 500 subindo mais de 6% no mês e o Nasdaq acumulando valorização próxima de 10%.
Na Europa, o Euro Stoxx 50 também teve alta moderada ao longo da semana, influenciado pelo crescimento do PIB na zona do euro (0,3% no trimestre) e no Reino Unido (0,7%). Já na Ásia, a bolsa de Xangai se valorizou com a retomada da entrega de aeronaves da Boeing para companhias chinesas, enquanto o índice Nikkei mostrou desempenho mais volátil.
No Brasil, a taxa Selic foi mantida em 14,75% e a ata do Copom reiterou a necessidade de política monetária restritiva por tempo prolongado. Dados de varejo e serviços foram mistos, refletindo um consumo ainda hesitante. O Ibovespa fechou a semana com alta de 2,8%, encerrando em 139.334 pontos, puxado por ações da Vale e da BRF. Por outro lado, o dólar teve comportamento instável: caiu no início da semana, mas fechou a sexta-feira em R$ 5,68, com alta de 0,84%, influenciado por rumores sobre possíveis medidas populistas do governo federal.
O índice DXY oscilou, mas começou a semana em alta com a trégua comercial, chegando a 101,54 pontos. Apesar disso, dados fracos de vendas no varejo dos EUA ajudaram a frear a valorização do dólar globalmente.
Assim, a semana terminou com os mercados monitorando o equilíbrio entre alívio inflacionário, tensões políticas e perspectivas de crescimento global e os possíveis impactos do rebaixamento do rating dos EUA.