Cenário global pressiona juros e dólar, apesar de alívio nas bolsas

As tensões comerciais entre os Estados Unidos e outras grandes economias marcaram o panorama econômico global nas últimas semanas. O governo americano decidiu postergar por 90 dias a imposição de tarifas para diversos países, com exceção da China, que foi diretamente impactada pelas novas medidas. Em resposta, a China anunciou tarifas de 125% sobre produtos americanos, além de impor restrições a 18 empresas, principalmente do setor de defesa. A União Europeia, por sua vez, também optou por adiar eventuais retaliações, reforçando a expectativa de um ambiente de negociações delicado e prolongado.

Esse cenário elevou significativamente a percepção de risco inflacionário no mercado global. As projeções de juros nos Estados Unidos subiram em todos os vencimentos, com destaque para os papéis com prazo superior a três anos, cujas taxas ultrapassaram os 10%. A alta dos juros norte-americanos impactou diretamente as moedas emergentes, incluindo o real, pressionado pela valorização do dólar.

No Brasil, o destaque ficou por conta dos dados positivos da atividade econômica. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, e o volume de serviços apresentaram crescimento, indicando uma aceleração na retomada. Por outro lado, a Dívida Bruta subiu para 76,2%, o que mantém o alerta sobre a sustentabilidade fiscal no país. A curva de juros interna também seguiu a tendência do mercado externo, registrando alta em todos os vencimentos.

Apesar do ambiente desafiador, os mercados acionários globais reagiram positivamente ao adiamento das tarifas americanas para a maioria dos países. As bolsas apresentaram recuperação, com exceção dos mercados europeus e de grandes economias asiáticas.

Para os próximos dias, o foco dos investidores estará voltado para importantes divulgações de dados, como o PIB da China, a inflação e a decisão de juros na Europa, além de indicadores de preços e setor externo no Japão.

 

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