Choque tarifário e perspectivas econômicas: análise e estratégias de alocação

A semana de 7 a 11 de julho foi marcada por um evento que mexeu com os ânimos do mercado: os Estados Unidos anunciaram novas tarifas comerciais, e o Brasil apareceu como um dos principais alvos. A decisão gerou uma reação imediata — o dólar subiu 2,28% e o Ibovespa caiu 3,59%, sua pior semana desde dezembro de 2022. Setores exportadores e cíclicos foram os mais atingidos. Apesar do impacto, o efeito tende a ser temporário, desde que a guerra tarifária não avance.

Do lado econômico, os dados trouxeram sinais mistos. A inflação medida pelo IPCA subiu 0,24% em junho, levemente acima do esperado, mas os núcleos seguem controlados. Já os indicadores de atividade mostraram fraqueza: varejo e serviços cresceram abaixo do projetado. Em meio à moderação do ritmo econômico, a expectativa de flexibilização monetária a partir de 2026 ganha força.

Mesmo diante de ruídos, o cenário abre espaço para oportunidades. A renda variável segue atrativa, com múltiplos descontados e forte entrada de capital estrangeiro. Ativos indexados à inflação também se mostram interessantes, considerando as taxas atuais e o histórico de desempenho em ciclos de queda da Selic. No câmbio, a perspectiva continua negativa para o dólar, com o real podendo se beneficiar do cenário global e da política monetária dos EUA.

Momentos de instabilidade exigem disciplina. Foco nos fundamentos, visão de longo prazo e gestão ativa seguem sendo o caminho mais consistente para atravessar as turbulências e aproveitar as assimetrias do mercado.

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