
Em junho de 2025, o IPCA registrou alta de 0,24% no mês, acima da mediana das expectativas do mercado, que era de 0,20%. Esse resultado indica que a inflação veio um pouco mais forte do que o esperado, mesmo com sinais de desaceleração em alguns grupos. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,35%, superando o teto da meta oficial de 4,5%, o que exige uma justificativa formal do Banco Central ao Ministério da Fazenda. Em outras palavras, embora o índice mensal não seja alarmante, o patamar elevado no acumulado ainda preocupa consumidores, autoridades e investidores.
Os maiores destaques entre os grupos foram Habitação, impulsionado pela alta da conta de luz (com reajustes e bandeira vermelha), e Alimentação e Bebidas, que surpreendeu com queda de 0,18% — a primeira deflação no grupo desde agosto de 2024. Essa queda foi influenciada por itens como tomate, ovos e arroz, aliviando o bolso do consumidor no curto prazo. Ainda assim, a inflação acumulada mostra que o custo de vida continua subindo em ritmo acima do ideal.
Esse cenário tem impacto direto nos preços dos ativos. Como a inflação veio acima do esperado e o acumulado segue elevado, isso reduz a chance de cortes imediatos na taxa Selic. Com juros mais altos por mais tempo, investimentos em renda fixa continuam atrativos, enquanto ações, especialmente de empresas mais sensíveis ao crédito, podem sofrer pressão. No entanto, se a queda em alimentos e outros preços se mantiver, pode haver espaço para um alívio gradual nos juros mais adiante — o que animaria a bolsa e setores ligados ao consumo.