Copom decidiu pelo aumento de 0,25 p.p. e Selic sobe para 15%

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu subir, na noite desta quarta-feira, a taxa de juros básica da economia (Selic) em 0,25 ponto percentual, levando a Selic para 15% a.a.

A decisão, esperada pela minoria dos analistas, teve como principal influência o mercado de trabalho aquecido, com geração de empregos e baixos índices de desemprego. Por outro lado, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre indicou uma desaceleração em setores importantes que costumam reagir rapidamente a mudanças na economia, como a indústria de transformação, a construção civil, o comércio e os serviços de transporte.

Apesar de alguns sinais positivos, o cenário ainda é bastante difícil quando se fala em trazer a inflação de volta para a meta estabelecida pelo Banco Central. Por isso, a possibilidade de reduzir os juros, ou seja, de afrouxar a política monetária, continua distante.
O mercado de trabalho segue mostrando força: há poucas vagas ociosas e o nível de emprego permanece alto, o que tende a manter a pressão sobre os preços. Além disso, o governo tem adotado medidas que estimulam o consumo, como a ampliação da linha de crédito consignado no setor privado e a criação de uma nova faixa no programa Minha Casa, Minha Vida. A expectativa é que, com a aproximação das eleições, novos estímulos e benefícios possam surgir.

Esse conjunto de fatores deve ajudar a manter o consumo das famílias aquecido, o que, por outro lado, reduz a eficácia da política de juros altos no controle da inflação.

A guerra comercial, iniciada pelos Estados Unidos, traz consigo riscos de derrubar a economia global e é acompanhada de perto pelo comitê, que pode, em momento favorável, encerrar mais cedo o ciclo de alta de juros no Brasil.
Mais cedo, o Fomc (Comitê do Federal Reserve, dos Estados Unidos) manteve os juros e continua monitorando os dados, tendo como principais riscos os cortes de impostos domésticos e a pressão inflacionária das tarifas globais impostas por Donald Trump. A atividade econômica segue acompanhada com possíveis desdobramentos recessivos, o que pode antecipar as projeções de cortes de juros para a próxima reunião.

Com a decisão, os ativos de renda fixa, que apresentam taxas sedutoras, podem ser excelentes veículos de baixa volatilidade para o investidor mais conservador, principalmente os atrelados à Selic/CDI. Projeções de juros menores tendem a levar capital às ações e levar a classe a dar bons retornos.

Dito isso, manter um plano de investimento, seguindo suas necessidades de liquidez e risco, continua sendo a melhor estratégia.

 

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