
No Brasil, o IPCA de novembro avançou 0,18%, em linha com as expectativas, com a inflação acumulada em 12 meses desacelerando para 4,46%. A composição foi considerada mais benigna, especialmente pelos serviços subjacentes mais fracos, o que ajudou a aliviar as pressões inflacionárias de curto prazo.
No campo monetário doméstico, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, decisão amplamente esperada. Ainda assim, o comunicado foi interpretado como mais duro, ao enfatizar que a estratégia atual segue adequada e que o Comitê não hesitará em retomar o ciclo de alta caso o cenário inflacionário se deteriore, elevando a barra para cortes no curto prazo.
Do lado da atividade, as vendas no varejo ampliado cresceram 1,1% em outubro, superando as projeções e sugerindo alguma recomposição nos segmentos sensíveis ao crédito. Já o setor de serviços avançou 0,3% no mês, mas ficou abaixo do esperado na comparação anual, reforçando a leitura de desaceleração gradual da economia no fim do ano.
Cenário externo
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve cortou os juros em 0,25 ponto percentual, mas sinalizou uma postura mais cautelosa à frente, condicionando novos cortes a sinais mais claros de enfraquecimento da atividade. Nesse contexto, os dados do mercado de trabalho, incluindo o JOLTS, seguem no centro das atenções, por serem fundamentais para calibrar as expectativas sobre a trajetória da política monetária americana.
Mercados
No mercado financeiro, a semana foi positiva para os ativos domésticos.
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (12/12) com alta de 0,99%, aos 160.766,37 pontos, acumulando avanço de 2,15% na semana. O movimento foi impulsionado principalmente pelo setor bancário, após os Estados Unidos retirarem nomes brasileiros da lista de sanções da Lei Magnitsky, melhorando o sentimento em relação aos ativos locais.
Já o dólar à vista fechou o pregão cotado a R$ 5,41, com leve alta de 0,12% no dia (sexta-feira), mas recuou 0,39% na semana frente ao real, refletindo maior apetite por risco e um ambiente externo um pouco mais favorável para moedas emergentes.
Agenda da semana
Na agenda econômica de 15 a 19 de dezembro, os investidores acompanham indicadores importantes no Brasil e no exterior. No cenário doméstico, o destaque é a divulgação do IBC-Br de outubro na segunda-feira, além da ata do Copom na terça-feira, que deve trazer mais detalhes sobre o balanço de riscos e a estratégia do Comitê. Na quinta-feira, ocorre a reunião do CMN, também no radar.
Nos Estados Unidos, a semana será intensa, com o relatório de emprego (payroll), vendas no varejo e PMI industrial na terça-feira, seguidos pelos dados de inflação ao consumidor (IPC) e pedidos contínuos de seguro-desemprego na quinta-feira. Na sexta-feira, o foco se volta para o índice de preços PCE, principal medida de inflação acompanhada pelo Federal Reserve.










