Economia global mostra resiliência enquanto atividade no Brasil perde força.

A última semana foi marcada por um cenário global desafiador, em que o investidor atento precisou reforçar o foco e a estratégia. Em meio a um mar de ruídos — principalmente internos — a resiliência, mais uma vez, se mostrou essencial.

Nos Estados Unidos, os sinais de força continuam. Vendas no varejo subiram 0,6%, os pedidos de seguro-desemprego recuaram e a inflação segue estável, embora ainda acima da meta. Esse conjunto de dados levou o mercado a repensar a possibilidade de dois cortes de juros ainda este ano. Já a China, apesar de apresentar um crescimento de 5,2% no PIB do segundo trimestre — ligeiramente acima do esperado — mostrou perda de fôlego no consumo, com produção industrial sólida, mas vendas no varejo em desaceleração.

No Brasil, os dados mais recentes reforçam o alerta: o IBC-Br de maio caiu -0,74%, interrompendo a sequência de crescimento da atividade econômica. A taxa Selic elevada (15%) já começa a mostrar seus efeitos, e o cenário ainda foi pressionado por tensões institucionais e incertezas em torno da tributação do IOF, fatores que afetam diretamente a confiança dos agentes econômicos.

No câmbio, o dólar avança 2,84% em julho, enquanto o Ibovespa recua -3,94% no mês. Ainda assim, ambos os indicadores acumulam bom desempenho no ano: -9,63% para o dólar e +10,88% para o Ibovespa. A reação do mercado à imposição de novas tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros foi clara. Uma análise bayesiana — que combina dados históricos com atualizações em tempo real — apontou que o real ficou cerca de R$ 0,10 acima do valor estimado após o “tarifaço”. O câmbio, negociado a R$ 5,52, estaria próximo de R$ 5,42 se o evento não tivesse ocorrido, evidenciando um impacto de aproximadamente 2%.

Esse tipo de modelagem é crucial para entendermos o impacto isolado de eventos específicos. E mais importante: se as tensões comerciais diminuírem ou houver avanços diplomáticos, é possível que o real retome sua tendência estrutural de valorização, sustentada por fundamentos sólidos como fluxo externo positivo, juros elevados e fraqueza do dólar globalmente.

Diante desse cenário, três recomendações ganham força: reavaliar a composição da carteira — especialmente se houver alta concentração em crédito privado —, manter uma visão de longo prazo para o câmbio e contar com o acompanhamento de um assessor qualificado para decisões bem embasadas. Em mercados voláteis, a gestão ativa e estratégica é o diferencial entre navegar bem ou à deriva.

Não é o cenário ideal que define os melhores resultados, mas sim a capacidade de adaptação e estratégia em qualquer maré.

Se você quer entender melhor como posicionar seus investimentos neste cenário de incerteza, fale com seu gerente e reforce sua estratégia com inteligência e visão de longo prazo.

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