IBC-Br, Ata do Copom e emprego nos EUA: o balanço da economia e dos mercados na última semana.

A semana passada foi marcada por divulgações relevantes no Brasil e no exterior, que reforçaram um cenário de transição na atividade econômica e mantiveram elevada a cautela na condução da política monetária.

No Brasil, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,2% em outubro, refletindo a contração observada nos segmentos de indústria e serviços, parcialmente compensada pela expansão do setor agropecuário. Na comparação interanual, o indicador avançou 0,4%, desacelerando em relação ao ritmo observado no mês anterior. O resultado sugere perda de fôlego da atividade no início do quarto trimestre, ainda que com comportamento heterogêneo entre os setores.

A Ata do Copom reforçou a leitura de uma política monetária ainda contracionista e indicou uma barra mais alta para o início do ciclo de cortes de juros já em janeiro. O Comitê destacou sinais mistos da atividade, a resiliência do mercado de trabalho e a importância de expectativas de inflação bem ancoradas para reduzir o custo da desinflação. Ao mesmo tempo, ajustes na comunicação e revisões baixistas das projeções de inflação mantêm em aberto a possibilidade de flexibilização monetária no início de 2026, condicionada à evolução do cenário prospectivo.

Cenário externo

Nos Estados Unidos, os dados do mercado de trabalho vieram mistos. O payroll mostrou criação de vagas abaixo do esperado em novembro, após destruição líquida em outubro, influenciado por ajustes no setor público. A taxa de desemprego subiu para 4,6%, indicando alguma perda de dinamismo, embora fatores temporários e distorções relacionadas ao shutdown do governo dificultem uma leitura mais precisa da tendência subjacente.

No campo inflacionário, o CPI de novembro apresentou leitura mais fraca, reforçando sinais de moderação das pressões de preços no curto prazo. Ainda que parte do resultado possa estar associada a efeitos pontuais, o dado contribui para o debate sobre o ritmo de convergência da inflação e seus impactos sobre as decisões futuras de política monetária pelo Federal Reserve.

Mercados

No mercado financeiro, a Bolsa brasileira encerrou a sexta-feira (19/12) em alta de 0,35%, aos 158.473,02 pontos, acompanhando o melhor humor externo e a redução das incertezas no noticiário doméstico ao longo do dia. No acumulado da semana, porém, o índice registrou queda de 1,32%, refletindo maior volatilidade e cautela dos investidores.

O dólar à vista fechou o pregão de sexta em leve alta de 0,11%, cotado a R$ 5,5297, acumulando valorização de 2,20% na semana, movimento influenciado pela demanda sazonal de fim de ano e pelo ambiente global de juros elevados, apesar da atuação do Banco Central.

Agenda da semana

Para a semana atual, encurtada pelo feriado de Natal, a agenda macroeconômica traz poucos, mas importantes indicadores. No Brasil, os destaques são a divulgação da confiança do consumidor e do IPCA-15 de dezembro, fundamentais para avaliar a dinâmica da demanda e a trajetória da inflação no curto prazo.

No exterior, o principal dado vem dos Estados Unidos, com as vendas no varejo, que ajudarão a calibrar a leitura sobre a resiliência do consumo e seus desdobramentos para a atividade econômica e a política monetária.

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