A inflação divulgada pelo IBGE do mês de janeiro foi de 0,16%, abaixo do resultado de dezembro - que foi 0,52% - e em linha com as expectativas do mercado. Em 12 meses, o resultado passou de 4,83% para 4,86%, enquanto a meta de inflação é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual.
Com o resultado, o índice em 2025 inicia em 0,16% com projeção de avanço de 4,73% e representa a menor taxa registrada para este mês desde a implementação do Plano Real em 1994.
Os preços da energia elétrica residencial apresentaram uma queda de 14,21%, contribuindo com o impacto negativo mais significativo de -0,55 p.p. sobre o IPCA de janeiro. Segundo Fernando Gonçalves, que é o gerente do IPCA, “esse decréscimo foi resultado da aplicação do Bônus de Itaipu, que foi descontado nas faturas emitidas no mês de janeiro”.
A energia elétrica residencial faz parte do grupo Habitação, que observou uma redução de 3,08%, resultando em um impacto de -0,46 p.p. sobre o IPCA de janeiro.
O setor de Transportes, que registrou um aumento de 1,30% e 0,27 ponto percentual (p.p.), é seguido pelo setor de Alimentação e Bebidas, com variações de 0,96% e 0,21 p.p. Esses são os segmentos que apresentaram os maiores crescimentos positivos no IPCA de janeiro.
Em resumo, mesmo que o IPCA tenha se mantido próximo das expectativas em janeiro, isso se deve, em parte, às menores pressões provenientes de alimentos e à redução do custo da energia elétrica, favorecida pelo bônus de Itaipu no mesmo mês. No entanto, essa situação terá um impacto oposto em fevereiro. A média das métricas de núcleo apresentou um aumento, afastando-se ainda mais do limite máximo da meta.
Esperamos que em fevereiro o IPCA registre um crescimento significativo, alcançando +1,34%. Esse aumento é resultado da reversão do efeito da energia elétrica mencionado anteriormente, além do acréscimo nos preços dos combustíveis e dos ajustes nas mensalidades escolares, que foram contabilizados neste mês.
