Mercado de trabalho dos EUA esfria com payroll fraco, reforçando expectativa de cortes juros pelo Fed.

PIB mostra desaceleração

O PIB brasileiro cresceu apenas 0,2% no 2º trimestre de 2025, após avanço de 1,4% no 1º trimestre, registrando o desempenho mais fraco desde o início de 2022. Na comparação anual, a expansão foi de 2,1%, abaixo dos 2,9% observados anteriormente.

A perda de fôlego foi puxada pela retração da agricultura (após a safra recorde no início do ano), pela queda da indústria e pelo menor dinamismo nos serviços voltados ao consumo. O consumo das famílias foi sustentado por um mercado de trabalho resiliente, ganhos reais de salários e transferências fiscais, mas os investimentos continuaram em queda.

As projeções apontam para crescimento quase nulo no 2º semestre (0,1% no 3º trimestre e 0,2% no 4º trimestre), com melhora apenas em 2026, quando cortes de juros e estímulos eleitorais devem ganhar força.

Payroll confirma fraqueza do mercado de trabalho americano

O relatório de empregos de agosto registrou a criação de apenas 22 mil vagas, com a taxa de desemprego em 4,3%. Junho foi revisado para -13 mil (primeira queda desde 2020) e julho para +79 mil. O ganho médio por hora subiu 0,3% no mês, mas a variação anual desacelerou para 3,7%, o menor ritmo em mais de um ano.

O cenário aponta para um mercado de trabalho em perda gradual de dinamismo, com queda nas vagas abertas (JOLTS -7% entre maio e julho) e sinais de cortes em setores como varejo e governo federal.

Com isso, o Federal Reserve deve iniciar cortes de juros ainda em setembro, mas de forma gradual: três reduções de 25 pontos-base até o fim de 2025 e um total de -150 pontos até meados de 2026, segundo a Pantheon Macroeconomics. A probabilidade de cortes mais agressivos (50 pontos-base) é considerada baixa.

Mercados

O Ibovespa renovou recordes e fechou, pela primeira vez, acima dos 142 mil pontos. O índice avançou 1,17%, a 142.640 pontos, com volume financeiro de R$ 21,8 bilhões. Na semana, acumulou alta de 0,86%.

O desempenho foi sustentado pela perspectiva de juros menores nos EUA, após o payroll fraco. A Vale (+0,92%) acompanhou a valorização do minério, enquanto a Petrobras recuou (ON -2,26% e PN -1,51%), em linha com a queda do petróleo.

No câmbio, o dólar à vista caiu 0,63%, a R$ 5,41, acompanhando a desvalorização global da moeda. Já em Nova York, após ganhos iniciais, os índices inverteram e fecharam em queda: Dow Jones -0,48%, S&P 500 -0,32% e Nasdaq -0,03%. Os juros dos Treasuries também recuaram, refletindo expectativas de afrouxamento monetário.

Resumo

O cenário global foi marcado pela fraqueza do mercado de trabalho nos EUA, reforçando apostas em cortes graduais de juros pelo Fed, e pela desaceleração da economia brasileira, com PIB próximo da estagnação no 2º semestre.

Nos mercados, o Ibovespa superou os 142 mil pontos pela primeira vez, impulsionado pelo otimismo com juros externos mais baixos, mesmo com Petrobras pressionada pela queda do petróleo. O dólar recuou e os Treasuries cederam, refletindo maior confiança em um ciclo de afrouxamento monetário.

 

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