
O IPCA referente a março apresentou um aumento de 0,56%, refletindo uma desaceleração em relação à prévia de 0,64%. Esse resultado ficou próximo da mediana do mercado, que foi de 0,54%. Assim, a variação acumulada nos últimos 12 meses divulgou um índice de 5,48%. Para os anos de 2025 e 2026, as projeções para o IPCA continuam em +5,5% e +4,5%, respectivamente.
Para abril, espera-se uma leve desaceleração do IPCA. Esse movimento é impulsionado pela expectativa de um crescimento menor nas Despesas Pessoais, com uma queda nos preços de cinema e teatro, além dos alimentos. Em contrapartida, os preços dos medicamentos devem apresentar um aumento sazonal em abril, o que poderá atenuar essa desaceleração.
Em termos de variações mensais, a desaceleração foi atribuída unicamente ao menor avanço dos itens administrados. Dentre esses, destacam-se a redução dos preços da gasolina, que se beneficiou da eliminação total do ajuste no ICMS, além da energia elétrica e do gás de botijão. Também houve deflação nas tarifas de ônibus devido à concessão de gratuidade aos domingos e feriados em Brasília a partir de 1º de março.
A intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China provocou uma queda nos preços internacionais de commodities de energia e metais. Esse cenário pode resultar em uma diminuição dos preços internos da gasolina nos próximos meses e impactar negativamente a inflação dos produtos industrializados, potencialmente trazendo uma sobreoferta de bens chineses. No entanto, um aumento na demanda por alimentos brasileiros pode manter a inflação desses produtos elevada. Por fim, a flutuação da taxa de câmbio, que tem demonstrado instabilidade, juntamente com a inflação dos serviços, continua sendo um ponto de atenção, devendo manter a inflação acima do teto da meta nos próximos meses.