O que esperar de 2025 em termos de economia e investimentos?

O ano de 2025 se aproxima e, com ele, as expectativas para a economia e os investimentos começam a se formar, especialmente em torno das decisões políticas nacionais e internacionais mais significativas, como a vitória do Republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Perspectivas globais e impactos no Brasil

Com a vitória de Donald Trump surge a seguinte questão: O que acontece com os Estados Unidos e, consequentemente, com o mundo, caso Trump coloque em prática tudo o que prometeu em campanha?

Entre essas promessas estão:

  • A deportação de cerca de 8,3 milhões de imigrantes ilegais.
  • A redução de impostos para empresas e famílias estadunidenses.
  • A aplicação de tarifas adicionais de 10% sobre todos os produtos importados (o que inclui itens brasileiros) e de 60% para produtos chineses.

Essas propostas têm o poder de impactar o próprio crescimento e aumentar o déficit orçamentário da maior economia do mundo, além de elevar a inflação global com o encarecimento dos produtos com o revide dos países afetados pela decisão e a fragmentação econômica.

Com esse cenário projetado, os juros futuros (expectativa dos juros) dos Estados Unidos têm subido e com isso o dólar tem se fortalecido em todo o mundo.

Além das promessas de campanha, Trump ameaçou os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – agora com novos membros) a pagar tarifas extras em caso de prosseguimento com plano de redução da independência do dólar no comércio global.

Estes riscos impactam diretamente a economia brasileira que exporta aproximadamente 11% para os Estados Unidos e vê seus produtos ficarem mais caros, perdendo a competitividade para os maiores consumidores do mundo.

Além das tarifas extras, o aumento do dólar frente ao real tem o poder de encarecer também as importações e pressionar a inflação doméstica.

E o cenário de economia e investimentos nacional?

Além do ambiente internacional desfavorável, o panorama doméstico também apresenta desafios significativos. Além do dólar em seu valor historicamente alto, as perspectivas para a inflação e os juros brasileiros seguem subindo semana após semana.

O que motiva as revisões é a pressão da alta do dólar, a economia mais forte que o esperado e o descontrole fiscal do governo brasileiro. A falta de medidas claras para controlar os gastos do governo e a ausência de reformas estruturais têm levado a projeções de aumento do endividamento público. Para equilibrar as contas, é possível que futuros aumentos de impostos sejam necessários.

Esse panorama sugere que os juros tenham que ser mais altos para frear o consumo e impactar diretamente a inflação, que segue sendo projetada cada vez mais alta para os próximos anos.

As projeções apontam juros próximos dos 14% em 2025 e inflação superando a meta de 3% em 2025 e 2026.

Como se posicionar em um cenário de alta inflação e juros elevados?

Diante da concretização desse ambiente econômico desafiador, algumas estratégias podem ajudar a proteger seus investimentos e aproveitar oportunidades:

1. Aposte em títulos pós-fixados

Com a expectativa de juros elevados, os investimentos atrelados à taxa Selic ou ao CDI tendem a oferecer retornos atrativos, próximos de 12% ao ano, com menor risco.

2. Prefira títulos mais seguros

Os títulos corporativos podem vir a sofrer com o aumento do spread de crédito, em um cenário altamente provável de queda das receitas e aumento dos custos, principalmente da dívida das empresas. Por isso, os títulos soberanos ou de instituições financeiras com proteção do FGC ou FGCoop representam opções mais estáveis e seguras.

3. Cuidados com ações na bolsa

As empresas listadas na bolsa, por sua natureza mais volátil, podem sofrer ou se manter estagnadas em um ambiente de inflação elevada e juros altos.

Empresas que dependem significativamente das receitas provenientes de vendas ou serviços nos Estados Unidos podem enfrentar ainda mais dificuldades caso as políticas prometidas por Trump, especialmente em relação aos BRICS, sejam implementadas.

4. Respeite seu perfil de investidor e a alocação de ativos

Em um ano repleto de incertezas e tensões, manter a disciplina no Asset Allocation (alocação de ativos) e seguir o próprio perfil de risco é fundamental para alcançar resultados consistentes e evitar decisões precipitadas.

Consulte seu Gerente de Relacionamento para ajustar suas estratégias e ter maior tranquilidade em meio às oscilações do mercado.

Escrito por: Carlos Magno Chareta, Analista de Investimentos Sr. na Unicred.

Esteja por dentro das tendências e novidades que impactam seu negócio e suas finanças!

Junte-se agora à nossa lista e receba conteúdos que vão potencializar sua vida financeira e profissional. Clique no link e inscreva-se na Newsletter Unicred.

Siga nossas redes sociais para ficar por dentro de todas as novidades, dicas e benefícios de ser um cooperado.

Navegue pelo índice