
Os principais indicadores econômicos da última semana trouxeram sinais importantes sobre inflação, atividade e comunicação de política monetária. O IPCA de outubro avançou 0,09%, resultado abaixo das expectativas e com composição qualitativamente benigna.
A abertura mostrou desaceleração em alimentação no domicílio, industriais subjacentes e serviços, contribuindo para a queda do acumulado em 12 meses para 4,7%. A leitura reforça um quadro de inflação mais comportada, alinhado ao processo gradual de desinflação observado ao longo do ano.
A ata do Copom, divulgada no mesmo período, apresentou um tom mais confiante por parte do comitê. O documento destacou que a manutenção da Selic em 15% ao ano por um período prolongado segue adequada e já produz efeitos positivos sobre as expectativas de inflação.
O Banco Central também indicou menor percepção de risco relacionado ao hiato do produto, além de ter incorporado de forma preliminar o impacto da mudança no Imposto de Renda em suas projeções. Esse conjunto de fatores reduziu incertezas e abriu espaço para que parte do mercado volte a considerar a possibilidade de início do ciclo de cortes já em janeiro, condicionado à comunicação de dezembro.
Varejo e serviços apresentam crescimento
No campo da atividade, o varejo ampliado cresceu 0,2% no terceiro trimestre, refletindo um ritmo moderado das vendas. A leitura de setembro mostrou avanço concentrado em poucos segmentos, enquanto a maior parte dos setores apresentou estabilidade ou retração, reforçando o movimento de desaceleração da demanda.
Já o setor de serviços registrou avanço de 0,9% no trimestre, impulsionado por categorias como informação e comunicação. Ainda assim, os segmentos mais ligados ao consumo das famílias e às atividades profissionais seguiram fracos, corroborando a leitura de arrefecimento gradual da economia.
Ibovespa se aproxima de recorde histórico
Nos mercados, o Ibovespa encerrou a semana com alta acumulada de 2,38%, aproximando-se do recorde histórico, enquanto o dólar permaneceu estável ao longo dos últimos dias, encerrando a sexta-feira praticamente no mesmo nível da semana anterior. O comportamento dos ativos refletiu um ambiente internacional misto e a avaliação dos investidores sobre a evolução da política monetária global, além do noticiário envolvendo possíveis isenções tarifárias por parte dos Estados Unidos.
Agenda da Semana
Nesta semana, a agenda macroeconômica ganha relevância com a divulgação do IBC-Br de setembro, indicador que funciona como uma prévia do PIB. O índice, publicado hoje (17/11), mostrou recuo de 0,20%, resultado um pouco melhor do que o projetado pelo mercado, que esperava queda de 0,24%. A leitura confirma a desaceleração da atividade ao longo do terceiro trimestre, mas sem surpresas negativas adicionais.
No cenário internacional, os holofotes se voltam para os Estados Unidos. Os dados do payroll de setembro têm expectativa de serem divulgados ao longo da semana, e o mercado trabalha com projeção de abertura de aproximadamente 50 mil novas vagas.
A divulgação será fundamental para avaliar o ritmo do mercado de trabalho americano e suas implicações para as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve, especialmente diante das incertezas recentes sobre o ciclo de cortes de juros.










