
A semana passada foi marcada por importantes divulgações de dados econômicos nos Estados Unidos e no Brasil, com destaque para os impactos do mercado de trabalho norte-americano nos ativos globais.
Nos EUA, o PIB do primeiro trimestre apresentou queda, e a inflação de março também recuou, sinalizando uma possível desaceleração econômica. Apesar de o resultado negativo já ser parcialmente esperado — em função de antecipações nas importações —, a combinação com uma deflação mensal elevou o nível de incerteza entre os investidores. No entanto, os dados do Payroll (relatório de empregos), divulgados na sexta-feira, surpreenderam positivamente: a criação de vagas superou a média dos últimos 12 meses e ajudou a aliviar parte da tensão nos mercados.
Esse novo cenário forçou os analistas a revisarem suas projeções, prevendo agora juros superiores aos estimados na semana anterior.
No Brasil, os dados do mercado de trabalho vieram mais fracos do que o esperado, enquanto a dívida pública apresentou queda. Ainda assim, o efeito do Payroll norte-americano pesou mais, e os juros futuros com vencimentos de até dois anos avançaram. Apesar disso, o real teve desempenho positivo frente às principais moedas globais, mesmo com o fortalecimento do dólar.
No mercado acionário, o otimismo gerado por uma possível retomada do fôlego econômico levou a maioria das bolsas globais a encerrar a semana em alta.
Para esta semana, os holofotes se voltam para as decisões de política monetária. No Brasil, a expectativa é de um aumento de 0,5 p.p na Selic, levando a taxa para 14,75% ao ano. Nos Estados Unidos, o mercado aposta na manutenção dos juros. Além disso, os investidores acompanharão a ata da última reunião do Banco do Japão, dados do setor externo da China e dos EUA, e a divulgação do IPCA no Brasil.