Cooperativismo: um caminho natural às demandas ESG

Ao reconhecer 2025 como o Ano Internacional do Cooperativismo, a ONU viabiliza uma oportunidade única para mostrar ao mundo o impacto real que o cooperativismo tem na construção de um modelo de negócio mais justo e sustentável.

Neste artigo, reunimos os principais insights da conversa que tivemos com Fabíola Motta, Gerente Geral do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), sobre o contexto atual — em que sustentabilidade deixou de ser tendência e passou a ser um compromisso — no qual o cooperativismo ganha ainda mais força por sua essência, naturalmente alinhada aos pilares ESG: Ambiental, Social e de Governança.

Cooperativismo: um modelo de negócio que nasce sustentável

O cooperativismo de crédito carrega em sua essência a busca por equilíbrio entre resultado econômico, impacto social e responsabilidade ambiental. O que pode ser sentido não apenas na oferta de serviços financeiros, mas em ações de transformação local. Exemplo disso é o trabalho com inclusão financeira, crédito para pequenos e médios negócios, apoio à economia regional e iniciativas socioambientais.

Diagnóstico ESG: ações com direção e propósito

O cooperativismo tem avançado com projetos estruturados, como o diagnóstico ESG criado pelo Sistema OCB, que permite mapear ações já realizadas, identificar boas práticas e orientar o crescimento consciente das cooperativas.

Esse tipo de direcionamento ajuda a transformar boas intenções em planos consistentes, capazes de gerar impacto de longo prazo nas comunidades em que as cooperativas atuam, além de visualizar como, e onde, podem continuar a crescer no tema da sustentabilidade.

Sustentabilidade financeira e a distribuição dos resultados 

Um dos assuntos mais interessantes dentro do pilar de sustentabilidade financeira é a forma como o cooperativismo lida com os resultados financeiros. Ao contrário de instituições tradicionais, onde os lucros são distribuídos entre poucos acionistas, no cooperativismo os excedentes — conhecidos como sobras — são redistribuídos entre os cooperados, de forma proporcional à sua participação nas atividades da cooperativa.

É importante destacar que não se fala em divisão de lucros na cooperativa, já que sua finalidade não é lucrativa. O resultado positivo é definido em Assembleia Geral e segue uma lógica coletiva: parte vai para o fundo de reserva (ou reserva legal), outra parte é destinada ao FATES — Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social —, que financia projetos voltados ao desenvolvimento da cooperativa e da comunidade, o restante é devolvido diretamente ao cooperado, conforme as normas da cooperativa em que participa.

Essa lógica reforça o cuidado com o reinvestimento local: o dinheiro não sai da comunidade, ele volta para ela — seja por meio da distribuição direta das sobras, seja por meio de novos projetos e melhorias nas estruturas coletivas. 

Da teoria à prática: iniciativas que fazem a diferença

Os exemplos práticos não param por aí. Em Santa Catarina, cooperativas ligadas à Unicred construíram uma fazenda de energia solar que hoje abastece 87% de suas agências com energia limpa. Uma ação que reflete o compromisso com o meio ambiente, ao mesmo tempo em que reduz custos operacionais e reforça a sustentabilidade financeira.

Além disso, ações como a nacionalização do Instituto Unicred e o fortalecimento de programas voltados à educação financeira mostram o potencial transformador do cooperativismo. Com colaboradores em todo o Brasil, a Unicred valoriza o engajamento em ações educativas nas comunidades — reforçando o pilar social ao compartilhar o conhecimento e a proximidade.

O Instituto Unicred é a dimensão social do Sistema Unicred

E tem mais: a Unicred passou recentemente a adotar o modelo de governança de dois níveis — uma estrutura que reduz camadas hierárquicas, acelera a tomada de decisões e torna os processos mais dinâmicos e eficientes — garantindo mais alinhamento estratégico, respeito às diversidades regionais e o fortalecimento da governança como um dos pilares ESG.

Um modelo que dialoga com o futuro

Outro ponto levantado durante a nossa conversa, foi sobre a sensibilidade das novas gerações. Jovens buscam cada vez mais se conectar com empresas que compartilham de seus valores. E o cooperativismo, quando mostra que é possível unir propósito, resultados e impacto positivo na sociedade, se apresenta como uma escolha consciente — não apenas como alternativa financeira, mas como um caminho para fazer a diferença.

É hora de falar sobre o cooperativismo

Em um momento em que as legislações caminham para dar mais espaço e protagonismo ao cooperativismo, ter dados, estrutura e propósito bem definidos será essencial. É isso que vai dar ainda mais força às cooperativas para dialogar com o mercado, com os órgãos reguladores e com a sociedade — mostrando que há, sim, um jeito diferente e mais justo de gerar valor.

O ano de 2025 é um grande marco. Hora de ampliar a voz do cooperativismo, fortalecer suas práticas sustentáveis e, acima de tudo, mostrar que desenvolvimento econômico pode — e deve — andar junto com inclusão social e responsabilidade ambiental.

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